19 de março de 2013

Igreja Greco-Católica Melquíta

Segunda Postagem Sobre as Igrejas Orientais.

PATRIARCA GREGÓRIO III LAHAM

A Igreja Greco-Católica Melquita (em árabe كنيسة الروم الكاثوليك, Kanīsät ar-Rūm al-Kāṯūlīk) é uma igreja oriental católica particular sui juris. Esta Igreja utiliza o rito litúrgico bizantino e utiliza o grego e o árabe como línguas litúrgicas.
Actualmente, o líder da Igreja Melquita é o Patriarca Gregório III, que foi eleito pelo seu Sínodo no dia 29 de Novembro de 2000 e reconhecido pelo Papa.


Criada em Antioquia, é a mais antiga Igreja enquanto instituição do mundo e é a única entre as orientais que não é uma Igreja nacional, apesar de estar intimamente ligada à Síria. Seu Patriarcado envolve três sés apostólicas: Antioquia, Jerusalém e Alexandria, chamando-se Patriarcado Greco-Melquita de Antioquia e de todo Oriente, Alexandria e Jerusalém.
O nome Melquita vem de mèlek que é a raiz siríaca para palavras como "rei", "real" e "reino". Todos aqueles que ficaram ao lado do Imperador Marciano de Bizâncio no Concílio de Calcedônia em 451, defendendo a realidade das duas naturezas de Cristo, foram pejorativamente apelidados de "reais" pelos monofisistas.
Com o tempo, o nome foi usado para designar especificamente os cristãos bizantinos de Antioquia, Alexandria e Jerusalém, que passaram a humildemente aceitar a alcunha jocosa que lhes conferiram.
Já a adjetivação de sua catolicidade - "greco" - vem do fato de os então futuros melquitas, assim como os outros cristãos que habitavam o Império Bizantino, antigo Império Romano, serem chamados pelos muçulmanos de rumi, "romanos", uma identidade que veio a ficar estreitamente ligada à lingua que falavam: o grego, tanto que ambos nomes se tornaram sinônimos. Tal ligação com o Império Bizantino veio acrescentar alguns elementos bizantinos ao seu rito antioqueno de origem, tornando-o conhecido como rito bizantino. Assim, Igreja Melkita passou a ter, assim, a Divina Liturgia escrita por São João Crisóstomo e São Basílio de Cesareia.
Ainda como elemento de identidade, a Igreja Melquita é árabe. Seu processo de arabização começou desde segunda metade do século VIII. Foi a primeira igreja a usar o árabe como língua litúrgica, e teve como um dos seus filhos o primeiro escritor cristão que escreveu regularmente em árabe, Teodoro Abuqurra (ca. 755 - ca.830).
Depois do Grande Cisma que ocorreu em 1054, a Igreja Melquita não manifestou nenhuma posição unilateral entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa, tentando preservar sua comunhão com ambas as igrejas. Mas, em 1724, dado às circunstâncias históricas, como a atuação de missionários europeus, grande parte dos melquitas declaram comunhão visível com a Igreja Católica, criando assim duas vertentes dos melquitas: os católicos (também chamados de uniatas) e os ortodoxos, os quais vieram a ser conhecidos como antioquenos.
No entanto, os melquitas continuaram a se considerar ortodoxos, por sua fidelidade aos sete primeiros Concílios Ecumênicos e à tradição oriental, tendo apenas algo a mais que é a comunhão com Roma. E, com o tempo, adquiriram uma nova missão: testemunhar a fidelidade à tradição oriental junto ao resto da Igreja Católica, para prepará-lo a aceitar plenamente a Igreja Ortodoxa.


Igreja Greco-Católica no mundo
A Igreja Melquita conta actualmente com cerca de 1,3 milhões de fiéis, organizados em 28 dioceses:
O Patriarcado, sediado em Damasco.
As arquidioceses sírias de Aleppo, Bosra e Hauran,(khabab), Damasco e Homs e de Lattaquié.
As arquidioceses libanesas de Beirute e Jbeil, de Tiro, de Baalbek, de Baniyas, de Saïda, de Tripoli do Libano, e de Zahlé e Furzol.
A arquidiocese de Akka em Israel
A arquidiocese de Petra e Filadélfia na Jordânia
A eparquia de Nossa Senhora da Anunciação de Newton nos Estados Unidos.
A eparquia de Nossa Senhora do Paraíso em São Paulo no Brasil.
A eparquia de Nossa Senhora do Paraíso na Cidade do México no México.
A eparquia de São Miguel em Sydney na Austrália
A eparquia do São Salvador em Montreal no Canadá
Os exarcados apostólicos da Argentina e Venezuela
Os exarcados patriarcais do Iraque e Kuwait
Os territórios dependentes do Patriarca do Egito e Sudão

O vicariato apostólico de Jerusalém
A Arquidiocese de Alexandria é sé vacante.


No Brasil
A Igreja Melquita veio ao Brasil em missão para servir os imigrantes sírios e libaneses, cuja imigração se iniciou em torno de 1869-1890. Prósperas comunidades foram fundadas e, com muito esforço, também levantadas suas próprias igrejas. A primeira, Igreja de São Basílio, foi fundada em 1941, pelo primeiro arcebispo do Brasil, dom Elias Coueter, tendo sido a primeira igreja católica oriental a ser fundada no país.
A Igreja Melquita do Brasil é organizada numa eparquia, a Eparquia melquita no Brasil. Hoje, seu bispo é Dom Farès Maakaroun e ela abrange com quatro igrejas;
Catedral de Nossa Senhora do Paraíso em São Paulo
Igreja de São Basílio no Rio de Janeiro
Igreja de Nossa Senhora do Líbano em Fortaleza
Igreja de São Jorge em Juiz de Fora
Também duas comunidades;
Comunidade Sant'Ana em Taubaté
Comunidade São Sebastião em Tremembé
Um mosteiro;
Mosteiro Bizantino dos Filhos e Filhas Misericordiosos da Cruz em Votorantim
E a Igreja Melquita está presente ainda em uma igreja síriaca e em duas igrejas latinas, celebrando o rito bizantino:
Igreja do Sagrado Coração de Jesus em Belo Horizonte
Igreja de Santa Helena em Votorantim
Santuário do Bom Jesus em Boa Esperança




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