SUA SANTIDADE BARTOLOMEU I-ARCEBISPO DE CONSTANTINOPLA, A NOVA ROMA E PATRIARCA ECUMÊNICO. |
Na Praça de São Pedro, quando Pedro –
na pessoa do Papa Francisco – e André – na pessoa
do Patriarca Bartolomeu I – se abraçarem, veremos o início de um
início. Um ato que premia a fé dos outros chefes das Igrejas presentes.
A análise é Alberto Melloni, historiador da Igreja italiano, professor da Universidade de Modena-Reggio Emilia e diretor da Fundação João XXIII de Ciências Religiosas de Bolonha. O artigo foi publicado no jornal Corriere della Sera, 17-03-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o texto:
Repensar o ministério
de Pedro segundo as formas do primeiro milênio cristão. Essa árdua
meta ecumênica explicitada por João Paulo II em 1996 foi definida
pelo Papa Francisco na mesma noite da sua eleição, com a passagem de
quem sabe tão bem o que faz a ponto de não sentir a necessidade de explicá-lo.
Sem citá-los, ele reavivou a grande
tradição de Inácio de Antioquia, Cipriano de Cartagena, Gregório
Magno, o Vaticano II. E todos, diante da cabeça inclinada do bispo que pede para
ser recebido pela sua Igreja (quantos bispos entraram assim na diocese?),
entenderam o que não sabiam. Sem assinar uma bula, ele aboliu as bugigangas da
soberania temporal. Os títulos pontifícios tão estreitos a ponto de serem
ambíguos foram arquivados. O ritual imperial de corte desapareceu.
Depois do discurso de um grande professor
de teologia, o de um grande mestre de vida cristã que diz que rompe um tabu e
toma a pobreza como seu cerimonialista. Uma sequência vertiginosa que escancara
um caminho nunca percorrido para a unidade cristã. Porque, com um gesto
profético sem precedentes em 20 séculos de história, o sucessor de André,
o patriarca ecumênico Bartolomeu I, decidiu ir a Roma para a
missa do dia 19 de março.
Todos os papas, de Paulo VI até
hoje, visitaram e receberam o arcebispo de Constantinopla. Mas nunca o
bispo de Roma havia se apresentado às Igrejas com tanto rigor a ponto de
induzir o patriarca a ir saudá-lo logo no início do seu ministério.
Na Praça de São Pedro,
quando Pedro e André se abraçarem, veremos o início de um
início. Um ato que premia a fé dos outros chefes das Igrejas presentes. E dá um
ultimato a quem, como o patriarca de Moscou e de todas as Rússias,
Cirillo, parece ter decidido se fazer apenas representar no ato com o qual o
Papa Francisco pedirá para ser recebido na comunhão.
No tempo de Gregório Magno, pedindo
essa recepção por carta, o papa criticava o seu homólogo constantinopolitano
que se fazia chamar de “universal”. Durante séculos, o Oriente censurou a mesma
coisa em Roma. Depois, veio o Concílio. E depois o Papa Francisco: e
nós vimos a história virar a página. Não é como ver a história passar a cavalo,
como escreveu Hegel vendo Napoleão: é muito melhor.
S.S PATRIARCA BARTOLOMEU I DE CONSTANTINOPLA E O S.S PAPA EMÉRITO DE ROMA BENTO XVI. |
BARTOLOMEU I ESTAVA
PRESENTE TAMBÉM NA MISSA DE POSSE
Bartolomeu I de
Constantinopla, juntamente com uma delegação ortodoxa, esteve presente na missa
de início do ministério petrino do Bispo de Roma.
Além de Varios chefes
de estado, o Patriarca de Constantinopla Bartolomeu I Encontra o Patriarca de
Roma (Papa) Francisco. Isto não acontece desde 1054 quando ouve um cisma em
qual separou a Igreja Ocidental (Católica Romana) e a Igreja Oriental (Católica
Ortodoxa), denominado de Grande Cisma do Oriente.
Isto é uma revolução
já no primeiro dia do Papa Francisco.
No telegrama de
felicitações pela eleição do Cardeal Bergoglio, Bartolomeu I demonstrou toda a
sua afeição e declarou estar «seguro» de que o novo Papa poderá «contribuir
para levar paz para a humanidade sofrida, aos pobres e aos sofredores, além de
promover uma nova dinâmica «no caminho de unidade entre as duas Igrejas».
Bartolomeu I não foi
sozinho a Roma. Com ele viajou uma delegação ortodoxa da qual farão parte o
Metropolita de Pérgamo Ioannis Zizioulas (co-presidente Comissão Mista para a
Unidade entre Católicos e Ortodoxos; o Metropolita ortodoxo da Argentina,
Tarasios, e Gennadios Zervos, Metropolita da Itália e Malta
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